domingo, 4 de fevereiro de 2018


Lagarta Trenzinho - Phrixothrix hirtus

A espécie Phrixothrix hirtus, da família Phengodidae, pertence a ordem dos Coleópteros, pois na forma adulta se transforma em um besouro semelhante a um vaga-lume. É mais conhecido na forma larval, sendo chamado de lagarta Trenzinho, mas também é conhecido como árvore de natal e aqui em Boca do Acre como rena do papai Noel, devido a sua peculiaridade única que é a cabeça que se ilumina de vermelho, parecendo com o nariz da rena Rudolph do papai Noel, além de 11 pares de luzes esverdeadas nas laterais de todo o seu corpo.



Essa espécie, com a cabeça vermelha, só existe no Brasil, podendo é claro, existir outras espécies desta família na Ásia e nas Américas Central e do Norte. Todas as espécies dessa família têm como características em comum os 11 pares de lanternas ao longo do corpo, onde a cor varia de uma espécie para a outra entre o verde e o amarelo, e o que diferencia as espécies Asiáticas das Sul Americana é o fato de somente as da América do Sul possuírem a lanterna na cabeça, podendo essa ser diferente das lanternas laterais indo do amarelo ao laranja, chegando ao reluzente vermelho da espécie brasileira.
Como disse Igor Zolnerkevic, do portaldoprofessor.mec.gov.br, a lanterna vermelha da cabeça das lagartas do gênero Phrixothrix é uma joia única. Embora difíceis de achar rastejando de noite no mato, essas lagartas são conhecidas há bastante tempo. Em 1587, o viajante português Gabriel Souza descreveu o bicho que os índios chamavam de buijejas como lagartas coroadas de rubis. Mas só nos últimos anos elas começaram a ser estudadas, tanto que há poucas imagens disponíveis do animal.
As lanternas das Phrixothrix e dos besouros luminosos funcionam de maneira parecida. Elas são resultado de uma reação química entre substâncias conhecidas como luciferinas e oxigênio, que é catalisada pela enzima luciferase. O resultado é a produção de uma molécula conhecida como oxiluciferina, que nasce com seus elétrons com energia em excesso. Essa energia é quase toda liberada na forma de partículas de luz, cuja cor depende principalmente da estrutura molecular das luciferases, que varia entre as espécies.



As fêmeas são negras com uma resina oleosa sobre o corpo para brilhar com áreas circulares de vermelho em sua superfície dorsal. Outros parecem um marrom cremoso. As fêmeas são larviformes: com uma antena semelhante a uma larva com três segmentos, pernas semelhantes a larvas (com uma única garra por perna) e uma única estampa em vez de ter um olho composto. Através da criação de estudos no laboratório com Phrixothrix hirtus , Costa et al. (1999) foram capazes de distinguir as fêmeas adultas larviformes das larvas "pela presença de um ooporus (a abertura para a descarga de ovos) na esternite IX, que está ausente nas larvas, e pelas espirais anulares (em forma de anel), que são biformes (com duas aberturas) em larvas."

Fêmea da espécie Phrixothrix hirtus

Como todas as outras espécies de besouros, os machos das lagartas trenzinho se transformam em insetos alados, prontos para o acasalamento. As fêmeas, entretanto, permanecem na forma de lagartas até o fim da vida. As lanternas laterais das lagartas tem a função de assustar possíveis predadores além de servir para caçar. Como os olhos das lagartas são sensíveis ao vermelho, e suas presas como cupins, tatus-bola e piolhos-de-cobra (centopeia) não enxergam direito essa cor, então a lanterna funciona como um farol que ilumina o caminho da lagarta e a ajuda a caçar tornando-a praticamente invisível, tanto para presas quanto para alguns predadores, portanto elas comem lesmas, caracóis, vermes e principalmente gongolos e piolhos-de-cobra.

Curiosidade:


As larvas ou fêmeas larviformes adultas do gênero Phrixothrix do besouro emitem dois tipos de luz: verde e vermelho. Eles emitem luz vermelha por dois órgãos localizados em suas cabeças quando se sentem ameaçadas ou para alertar outras larvas sobre a presença de predadores.

Outras fotos: