domingo, 22 de novembro de 2015

Jequitiranaboia ou cobra-voadora

                    A pedidos, um texto somente com informações da Jequitiranaboia.
          Seu nome científico é Fulgora laternaria, da família dos Fulgoridae e da ordem Hemíptera.

          Se há um inseto esquisito, é o jequitiranaboia. Tanto que é conhecido por cobra-voadora, até em função de sua cabeça, que lembra a do réptil (ou mesmo a de um jacaré).



                 Embora sua aparência seja de assustar, é totalmente inofensiva (a começar pelos dentes falsos). Além de asas amareladas, com detalhes em preto e pardo, tem olhos bem pequenos e uma espécie de antena junto a eles. Chega a medir entre seis e sete centímetros de comprimento, com o dobro de envergadura nas asas. De seus ovos eclodem ninfas, que ao realizarem a última muda fazem a metamorfose (como as borboletas). Depois disso, tornam-se adultos alados, ou seja, como são parentes das cigarras, sua reprodução pode ser similar. Isto é,  passam todo seu estágio característico sob a terra (fase subterrânea) sugando raízes, e quando estas já estão prontas para a metamorfose, saem de seus abrigos subterrâneos e sobem nas vegetações para saírem de sua forma larvária, formando a "crisálida" e desta, a fase adulta.




              Elas estão em toda a América do Sul e em grande parte do território brasileiro. Eventualmente também é encontrado em alguns países da América Central.

                 Para mim a jequitiranaboia é uma cigarra disfarçada para não ser devorada, aquela cabeça grande nada mais é do que uma carapaça oca que serve, além de espantar os predadores, por se parecer com a cabeça de uma cobra arreganhando os dentes, serve também, caso não espante, como um aperitivo para os mesmos, pois como é sabido, na natureza, os predadores costumam atacar as suas vitimas na cabeça, então quando ela for atacada, a única coisa que o caçador vai morder é uma bolsa de ar vazia, então, quando isso acontecer ela terá uma chance de escapar. E se tudo isso não funcionar ela ainda pode utilizar a sua outra forma de defesa, que é abrir as suas asas e mostrar os seus dois olhos falsos, mostrando ser maior do que realmente é e, com isso, afugentar de vez o predador.


           Essa espécie costuma ser chamada ainda de jetiranumboia, jitiranaboia, jiquitiranaboia, jequitirana-boia, tiranamboia, tiramboia, jaquiranaboia, cobra-voadora, cobra-do-ar e cobra-de-asa. Quando pousado, costuma andar de lado e para trás.
                   Como todo inseto “saboroso”, são predados por aves, mamíferos (primatas e carnívoros), répteis e anfíbios, mas para ver este inseto, só mesmo nos crepúsculos.

Curiosidades:

                           É considerado um dos exemplos mais significativos do folclore brasileiro.
                 Muitas aldeias indígenas e comunidades próximas o temem, e desta forma acabaram disseminando por muito tempo o folclore do jequitiranaboia. Segunda a lenda Jequi, caso pouse em uma pessoa ou sobre um galho, este secará completamente e definhará até a morte. Isto se deve ao fato de os animais, algumas vezes, serem encontrados em troncos secos, acreditando-se que ao sugar sua seiva, levou a morte o órgão vegetal. É considerado também um animal venenosissímo, pelo fato de se assemelhar a uma serpente. No ano de 1833, foi descrito como sendo: "há, porém entre todas mais perigosa e terrível, a jaquiranaboia". Esta observação por mais improvável que seja, é muito acreditada ainda pelas pessoas, principalmente aqui na minha região amazônica, pelos caboclos, ribeirinhos e até mesmo as pessoas da cidade. Mas, como disse anteriormente, a jequitiranaboia é um inseto inofensivo e incapaz de "secar" pessoas ou outros animais e até mesmo árvores de grande porte. O que acontece é que ela utiliza os galhos secos para se camuflarem e também pelos seus hábitos alimentares (suga seivas e o néctar de frutas), só ocorrendo algum dano, ao vegetal, se o número de insetos for muito grande em uma planta já debilitada.


                      A Jequitiranaboia em uma coleção Entomológica com suas primas cigarras.


                     Outra curiosidade é que, seu nome cientifico Fulgora laternaria, se dá devido a um fato curioso de que, quando vista pela primeira vez, à noite, ela brilhava como uma luminescência que se assemelhava a uma “lanterna”, onde alguns cientistas acreditam que era devido a algumas bactérias luminescentes que parasitavam o animal na ocasião, pois a tiranamboia não brilha, pelo menos eu nunca a vi brilhar.