Jequitiranaboia ou
cobra-voadora
A pedidos, um texto somente com informações
da Jequitiranaboia.
Seu nome científico é Fulgora laternaria, da família dos
Fulgoridae e da ordem Hemíptera.
Se há um inseto esquisito, é o
jequitiranaboia. Tanto que é conhecido por cobra-voadora, até em função de sua
cabeça, que lembra a do réptil (ou mesmo a de um jacaré).
Embora
sua aparência seja de assustar, é totalmente inofensiva (a começar pelos dentes
falsos). Além de asas amareladas, com detalhes em preto e pardo, tem olhos bem
pequenos e uma espécie de antena junto a eles. Chega a medir entre seis e sete
centímetros de comprimento, com o dobro de envergadura nas asas. De seus ovos
eclodem ninfas, que ao realizarem a última muda fazem a metamorfose (como as
borboletas). Depois disso, tornam-se adultos alados, ou seja, como
são parentes das cigarras, sua reprodução pode ser similar. Isto é, passam todo seu estágio característico sob a terra
(fase subterrânea) sugando raízes, e quando estas já estão prontas para a
metamorfose, saem de seus abrigos subterrâneos e sobem nas vegetações para
saírem de sua forma larvária, formando a "crisálida" e desta, a fase
adulta.
Elas estão em toda a América do Sul e em
grande parte do território brasileiro. Eventualmente também é encontrado em
alguns países da América Central.
Para mim a jequitiranaboia é
uma cigarra disfarçada para não ser devorada, aquela cabeça grande nada mais é
do que uma carapaça oca que serve, além de espantar os predadores, por se
parecer com a cabeça de uma cobra arreganhando os dentes, serve também, caso
não espante, como um aperitivo para os mesmos, pois como é sabido, na natureza,
os predadores costumam atacar as suas vitimas na cabeça, então quando ela for
atacada, a única coisa que o caçador vai morder é uma bolsa de ar vazia, então,
quando isso acontecer ela terá uma chance de escapar. E se tudo isso não
funcionar ela ainda pode utilizar a sua outra forma de defesa, que é abrir as
suas asas e mostrar os seus dois olhos falsos, mostrando ser maior do que
realmente é e, com isso, afugentar de vez o predador.
Essa espécie costuma ser chamada ainda de
jetiranumboia, jitiranaboia, jiquitiranaboia, jequitirana-boia, tiranamboia, tiramboia,
jaquiranaboia, cobra-voadora, cobra-do-ar e cobra-de-asa. Quando pousado,
costuma andar de lado e para trás.
Como todo inseto “saboroso”, são predados por
aves, mamíferos (primatas e carnívoros), répteis e anfíbios, mas para ver este
inseto, só mesmo nos crepúsculos.
Curiosidades:
É considerado um dos exemplos mais significativos do folclore
brasileiro.
Muitas aldeias indígenas e comunidades próximas o temem, e desta
forma acabaram disseminando por muito tempo o folclore do jequitiranaboia.
Segunda a lenda Jequi, caso pouse em uma pessoa ou sobre um galho, este secará
completamente e definhará até a morte. Isto se deve ao fato de os animais,
algumas vezes, serem encontrados em troncos secos, acreditando-se que ao sugar
sua seiva, levou a morte o órgão vegetal. É considerado também um animal
venenosissímo, pelo fato de se assemelhar a uma serpente. No ano de 1833, foi
descrito como sendo: "há, porém entre todas mais perigosa e terrível, a jaquiranaboia".
Esta observação por mais improvável que seja, é muito acreditada ainda pelas
pessoas, principalmente aqui na minha região amazônica, pelos caboclos,
ribeirinhos e até mesmo as pessoas da cidade. Mas, como disse anteriormente, a
jequitiranaboia é um inseto inofensivo e incapaz de "secar" pessoas
ou outros animais e até mesmo árvores de grande porte. O que acontece é que ela
utiliza os galhos secos para se camuflarem e também pelos seus hábitos
alimentares (suga seivas e o néctar de frutas), só ocorrendo algum dano, ao
vegetal, se o número de insetos for muito grande em uma planta já debilitada.
A Jequitiranaboia em uma coleção Entomológica com suas primas cigarras.
Outra curiosidade é que, seu nome cientifico Fulgora
laternaria, se dá devido a um fato curioso de que, quando vista pela primeira
vez, à noite, ela brilhava como uma luminescência que se assemelhava a uma
“lanterna”, onde alguns cientistas acreditam que era devido a algumas bactérias
luminescentes que parasitavam o animal na ocasião, pois a tiranamboia não
brilha, pelo menos eu nunca a vi brilhar.